Rosângela Moro (União Brasil – SP)

A deputada federal Rosângela Moro (União Brasil – SP) apresentou neste mês de maio um projeto de lei que propõe a criação de um programa de assistência no SUS (Sistema Único de Saúde) voltado a pessoas que desenvolvem laços afetivos com bonecas reborn, versões hiper-realistas de bebês em miniatura.

A proposta sugere que o programa ofereça apoio psicológico, orientação familiar e acompanhamento clínico de possíveis casos que envolvam uso compulsivo, fuga da realidade ou dependência emocional relacionada às bonecas. A iniciativa começará a tramitar pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados.

Monitoramento e políticas públicas

O projeto também determina que o SUS passe a coletar dados sobre pessoas com vínculos afetivos com bonecas reborn, com o objetivo de embasar futuras políticas públicas específicas. O texto não propõe qualquer tipo de proibição, mas sim uma estrutura de suporte psicológico para os casos que ultrapassam o uso recreativo ou artístico.

Na justificativa da proposta, Rosângela Moro afirma que o comportamento pode ser mais do que “uma expressão inofensiva de afeto” e representar “indício de sofrimento psíquico e dissociação da realidade”.

Segundo a parlamentar, o fenômeno, embora minoritário, merece atenção do sistema de saúde, tanto pela complexidade dos vínculos formados quanto pelo eventual impacto sobre a saúde mental dos indivíduos e de seus familiares.

Próximos passos

A tramitação do projeto ainda está em fase inicial. Se aprovado na Comissão de Saúde, seguirá para outras comissões técnicas da Câmara e, posteriormente, ao Senado. A proposta não especifica orçamento ou previsão de implementação, caso se torne lei.

As bonecas reborn são conhecidas pelo realismo visual e sensorial, e costumam ser utilizadas em contextos terapêuticos, artísticos ou colecionáveis. No entanto, o projeto de Rosângela Moro aponta que, em certos casos, o vínculo estabelecido pode indicar quadros clínicos de dissociação, luto prolongado ou isolamento social.