Nas últimas semanas, Ciro Gomes tem sido citado com frequência em círculos da direita cearense.

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, admitiu em reunião com deputados federais cearenses, em Brasília, que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é hoje o nome mais forte da oposição para disputar o Governo do Ceará nas eleições de 2026.

A declaração marca uma reviravolta no cenário político estadual. Mesmo sendo autor de dois a três processos judiciais contra Ciro, Valdemar afirmou que o ex-governador cearense reúne as melhores condições para enfrentar o grupo político atualmente no poder no estado.

Divergência interna e recuo

A fala de Valdemar ocorre dias após ele desautorizar publicamente o veto do senador Rogério Marinho (PL-RN) a qualquer aliança com Ciro Gomes. O veto de Marinho gerou forte reação dentro do próprio partido, especialmente da deputada estadual Dra. Silvana (PL), um dos principais nomes da oposição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).

“Sr. Rogério Marinho manda no RN, no Ceará somos nós que decidiremos”, declarou a deputada, reforçando que a decisão sobre alianças locais será tomada pelos cearenses.

Ciro e a aproximação com a direita

Nas últimas semanas, Ciro Gomes tem sido citado com frequência em círculos da direita cearense, e aliados próximos do ex-ministro já compartilham vídeos e declarações recentes como sinais de uma possível articulação para viabilizar sua candidatura com apoio de setores conservadores.

Embora historicamente ligado à centro-esquerda, Ciro tem buscado reposicionar seu discurso desde a eleição presidencial de 2022. A possível aliança com o PL abriria um novo capítulo em sua trajetória política, rompendo barreiras ideológicas tradicionais no tabuleiro cearense.

A movimentação ocorre em um momento em que a oposição busca construir um nome competitivo para enfrentar o grupo liderado pelos Ferreira Gomes e os partidos aliados do atual governo estadual.