
O infarto agudo do miocárdio, historicamente associado a pessoas mais velhas, está fazendo cada vez mais vítimas entre os jovens no Brasil. Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre pessoas com menos de 40 anos, as internações por infarto aumentaram 180% entre os anos 2000 e 2024, passando de menos de dois casos para quase cinco a cada 100 mil habitantes. O número real pode ser ainda maior, já que os dados não incluem a rede privada.
Estilo de vida que envelhece o coração
Especialistas apontam que a mudança nos hábitos de vida é um dos principais responsáveis pela escalada desses casos entre jovens. Sedentarismo, obesidade, alimentação ultraprocessada, uso de anabolizantes, drogas, cigarro e estresse extremo são alguns dos gatilhos que aceleram o envelhecimento dos vasos sanguíneos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), entre as mulheres de 15 a 49 anos, as mortes por infarto cresceram 62% entre 1990 e 2019, revelando um cenário preocupante, sobretudo em faixas etárias antes consideradas de baixo risco.
Por que infarto em jovem é mais perigoso?
Ao contrário dos mais velhos, o infarto em pessoas jovens costuma ser mais fulminante. Isso ocorre porque, com o tempo, o organismo de pessoas idosas tende a formar uma rede de circulação colateral — vasos sanguíneos alternativos que ajudam a irrigar o coração em caso de obstrução. Jovens, por não terem essa rede compensatória formada, ficam mais vulneráveis à morte súbita, especialmente se o socorro não ocorrer na primeira hora após os sintomas.
Os principais sintomas de infarto incluem dor ou pressão no peito, falta de ar, dor irradiada para o braço esquerdo ou mandíbula, tontura, palpitações e sensação de morte iminente. Desconfortos vagos, como dor no estômago, também podem ocorrer e são frequentemente ignorados.
Casos recentes que chocaram o país
Nos últimos meses, uma série de casos envolvendo jovens adultos chamou a atenção da imprensa nacional:
Prevenção ainda é a chave
Autoridades e cardiologistas reforçam que, mesmo entre os jovens, a prevenção é possível. A atividade física regular, alimentação balanceada, controle do estresse, sono adequado, monitoramento da pressão arterial e do colesterol, além de evitar substâncias como cigarro, drogas recreativas e anabolizantes, são medidas essenciais para reduzir os riscos.
O autoconhecimento dos sinais do corpo e o acesso rápido a atendimento de urgência também são cruciais para impedir que infartos fulminantes resultem em tragédias.