A Vara Militar de João Pessoa condenou, no último dia 11, o major Arnaldo Lucena Clemente a um ano de prisão em regime aberto por assediar sexualmente uma policial militar subordinada por dez anos.
A vítima, hoje cabo, relatou que desde 2013 recebia mensagens de cunho sexual e até visitas do oficial em sua residência. Ela também afirmou que o major possuía uma cópia da chave do alojamento feminino e entrava no local sem aviso prévio.
Os assédios causaram trauma e consequências psicológicas graves a cabo, segundo o Ministério Público da Paraíba (MP-PB).
“Minha vida virou um inferno. Ela acabou com o meu psicológico. Hoje eu tomo seis remédios por dia. Eu não consigo esquecer”, disse a vítima em depoimento.
Denúncia e gravação como prova
Em fevereiro de 2023, o major teria tentado agarrá-la dentro de seu gabinete. Dias depois, a cabo gravou uma conversa em que ele pediu desculpas e prometeu não repetir as ações. O áudio foi aceito como prova.
Após a denúncia à Corregedoria da Polícia Militar e à Delegacia da Mulher, o MP-PB denunciou o militar, que foi condenado. O MP-PB afirmou que recorrerá para aumentar a pena.
Defesa nega as acusações
O major Clemente nega os assédios e sua defesa classificou as acusações como “rosário de contradições”. A Polícia Militar da Paraíba informou que prestou apoio psicológico à vítima, mas não comentou possíveis punições ao oficial.