A Justiça determinou a exumação do corpo do senhor José Haroldo de Oliveira, morto aos 72 anos, no cemitério municipal de Ibaretama, no interior do Ceará. A medida foi tomada após a família do idoso levantar suspeitas de negligência e possível erro médico no atendimento prestado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Quixadá.
O caso remonta a 12 de outubro de 2023, quando o senhor Haroldo sofreu uma queda no banheiro da residência onde vivia com os filhos, no Bairro Baviera, em Quixadá. Segundo relatos da família, o idoso foi levado consciente à UPA, mas chegou à unidade desacordado e foi encaminhado para a sala vermelha, destinada a casos de emergência. Ele acabou não resistindo e faleceu.
De acordo com Rafael Barros, filho do senhor Haroldo, o médico de plantão não teria registrado a causa da morte, o que gerou desconfiança entre os familiares. Ainda segundo Rafael, o profissional teria negado posteriormente que tenha sido informado sobre a queda sofrida pelo paciente, fato que a família contesta.
Diante das dúvidas, a família recorreu à Justiça. A decisão resultou na recente exumação do corpo, que foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Fortaleza para a realização de exames periciais. Os laudos deverão indicar as circunstâncias da morte e, possivelmente, esclarecer se houve falha no atendimento.
A família aguarda os resultados da perícia para entender o que de fato ocorreu. O caso segue em apuração judicial.
A Justiça autoriza a exumação de um corpo em casos onde há suspeitas sobre a causa da morte, necessidade de revisão de laudos antigos, identificação de vítimas ou apuração de possíveis erros médicos e homicídios. O procedimento é determinado mediante decisão judicial e pode ser solicitado por autoridades policiais, promotores ou familiares que apresentem fundamentação plausível.
O objetivo da exumação é permitir novos exames periciais que esclareçam circunstâncias do falecimento. Entre os exames realizados estão análises de ossos, tecidos remanescentes, exames toxicológicos e identificação de sinais de traumas ou violências não detectadas anteriormente. As informações obtidas podem ser cruciais para responsabilizações civis, criminais ou para fins administrativos e previdenciários.