
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta quarta-feira (9) uma carta ao presidente Lula informando que, a partir de 1º de agosto, os EUA aplicarão uma tarifa de 50% sobre importações de produtos brasileiros. A justificativa para a medida, segundo o texto, envolve a postura do Brasil em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado um alvo de “perseguição” por Trump, além de mencionar supostas restrições à liberdade de expressão nos EUA.
A carta também acusa o Brasil de “ataques velados contra eleições livres e liberdade de expressão de americanos” e faz menção ao Supremo Tribunal Federal, afirmando que teria emitido censuras secretas contra plataformas norte-americanas de redes sociais .
A decisão americana reflete uma postura de fechamento das negociações iniciadas em abril, quando Trump já havia aplicado tarifas base de 10%, com prazos para negociações até 1º de agosto. Além do Brasil, 14 outros países receberam “cartas tarifárias” notificando taxas entre 20% e 40%, em um contexto de tensão comercial global.
A pressão de Trump também se estende aos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul): ele anunciou uma tarifa adicional de 10% caso adotem posturas “antiamericanas”.
Impactos potenciais
Especialistas alertam que a taxa de 50% terá forte impacto sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, pressionando setores como agronegócio, agroindústria e metalurgia. O risco da “dupla taxação” – combinada com tarifas de retaliação brasileiras – também está em pauta .
Analistas financeiros ressaltam que tal escalada tarifária pode frear o comércio bilateral e aumentar custos para consumidores americanos, além de inflamar tensões diplomáticas em um momento crítico do cenário global .
Próximos passos
Os Estados Unidos estabeleceram 1º de agosto como data oficial de entrada em vigor da tarifa, precedida por um período de aviso e possível negociação. Economistas apontam que, mesmo com o tom agressivo de Trump, há espaço para diálogo diplomático até a data.