Quem passa pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), campus Quixadá, pode ter a sorte — ou o privilégio — de encontrar uma moradora ilustre e muito respeitada: a jiboia carinhosamente apelidada de Madonna. O animal, que circula nas áreas verdes próximas ao açude Cedro, virou uma espécie de mascote entre alunos, servidores e visitantes da instituição. Veja vídeo abaixo.

O que muitos ainda não sabem é que as jiboias, como Madonna, não são venenosas e não oferecem risco para os seres humanos. Trata-se de uma espécie constritora, o que significa que sua forma de captura envolve o famoso “abraço apertado”: ela se enrola na presa até imobilizá-la — um comportamento reservado a sua alimentação, e não a humanos.

Essas serpentes se alimentam de pequenos mamíferos, aves e répteis, como roedores e lagartos. Sua presença é extremamente benéfica para o equilíbrio ambiental, já que contribui para o controle populacional de animais que poderiam se tornar pragas urbanas.

No campus do IFCE Quixadá, Madonna é tratada com respeito e admiração. Quando é avistada, não há correria nem pânico: o comum é que estudantes e servidores parem para observá-la com curiosidade e cuidado. Já nos arredores do açude Cedro, veículos que se deparam com ela atravessando a estrada costumam esperar pacientemente até que a travessia seja concluída em segurança.

A relação harmoniosa entre os frequentadores do campus e a jiboia Madonna é um exemplo de como a convivência respeitosa com a fauna silvestre é possível e necessária. Em vez de represálias ou tentativas de captura, o que se vê é um entendimento crescente sobre o papel ecológico desses animais.

As jiboias são comuns em diversas regiões do Brasil e, apesar de seu tamanho — algumas podem ultrapassar os dois metros de comprimento —, não devem ser confundidas com cobras peçonhentas. São animais pacíficos, que preferem evitar o contato humano e só se tornam defensivos em situações de extremo estresse ou ameaça.

Comportamentos como os que se observa no IFCE Quixadá mostram que a educação ambiental e a valorização da biodiversidade podem caminhar lado a lado. E, claro, Madonna segue sendo um símbolo dessa convivência: imponente, tranquila e livre, como deve ser.

(Foto: Getty Images / Meramente ilustrativa)