O avanço do julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou um clima de pessimismo entre as defesas dos envolvidos. Nesta quarta-feira (26), a Primeira Turma da Corte aceitou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
De acordo com a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, advogados que atuam no caso consideram mínimas as chances de absolvição. “Todos estão lascados”, teria afirmado um dos defensores, refletindo a percepção compartilhada por pelo menos quatro bancas de advocacia.
Dureza no julgamento e reações das defesas
A postura do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi um dos fatores que mais preocupou os advogados. Além de uma argumentação detalhada, o ministro personalizou as acusações, indicando que a responsabilização será severa. Para as defesas, Moraes adotou um tom “raivoso” e “exagerado”, um indicativo de que o STF pretende conduzir o processo com firmeza.
Outro ponto de desconforto foi a exibição, durante o julgamento, de um vídeo com cenas dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Os advogados consideraram o material “apelativo” e alegaram que não constava nos autos do processo.
A ausência de Bolsonaro no plenário da Primeira Turma foi vista com alívio por integrantes do PL, que temiam que o ex-presidente reagisse de forma intempestiva, o que poderia prejudicar ainda mais sua situação.
Impacto político e próximos passos
A aceitação da denúncia representa o início de uma fase ainda mais delicada para Bolsonaro e seus aliados, que agora passam à condição de réus. O processo seguirá para a fase de instrução, na qual defesa e acusação poderão apresentar provas e depoimentos antes do julgamento final.
Se condenados, os réus poderão enfrentar penas severas por crimes como golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A decisão marca um desdobramento crítico para o grupo bolsonarista, que se vê sob um risco real de punições duras.
