O financista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e um dos homens mais ricos do Brasil, defendeu o congelamento do salário mínimo em termos reais por um período de seis anos. A proposta foi apresentada durante sua participação na Brazil Conference, evento realizado na Universidade de Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, nos Estados Unidos.

Segundo o que foi registrado pelo portal UOL Economia, que acompanhou o debate, Armínio sugeriu que, durante esse período, o salário mínimo seja reajustado apenas pela inflação, sem aumento real do poder de compra dos trabalhadores.

A fala do economista, que comandou o Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, gerou repercussão nas redes sociais e reacendeu debates sobre desigualdade social no Brasil. Isso porque o salário mínimo é historicamente considerado um dos principais instrumentos de distribuição de renda do país, além de ser fundamental para a valorização do trabalho e estímulo à economia.

A proposta apresentada por Armínio Fraga não mencionou medidas relacionadas à taxação de grandes fortunas, revisão de lucros financeiros ou combate à concentração de renda. A defesa do congelamento do piso salarial seria, portanto, um esforço de ajuste fiscal que atinge diretamente trabalhadores e beneficiários da Previdência Social.

A Brazil Conference reúne anualmente empresários, políticos e representantes do mercado financeiro para discutir temas relacionados ao futuro do Brasil. O evento é conhecido por ser um espaço onde são debatidas propostas de caráter econômico e social, geralmente sob a perspectiva das elites empresariais.

Até o momento, Armínio Fraga não se manifestou publicamente sobre as críticas que sua proposta vem recebendo.

(Foto: Dado Galdieri/Bloomberg)