O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, esclareceu nesta sexta-feira (25) que Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), não é investigado no âmbito da operação que apura fraudes relacionadas a descontos irregulares nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Durante entrevista concedida à jornalista Heloísa Villela, Rodrigues foi questionado diretamente sobre a suposta inclusão do Sindnapi nas investigações. O diretor-geral foi categórico: “Várias entidades e associações foram objeto de busca e apreensão e de medidas também contra seus dirigentes. Esse sindicato, o Sindnapi, não foi objeto de busca e apreensão. Tampouco os seus dirigentes foram alvo de qualquer medida”.

Andrei Rodrigues, Diretor Geral da Polícia Federal. Foto: Divulgação/PF.

Rodrigues reforçou que, em relação a Frei Chico, não há qualquer medida ou investigação em curso. “Respondendo muito objetivamente, o irmão do presidente Lula não é alvo da operação, não é investigado na operação”, declarou.

“Respondendo muito objetivamente, o irmão do presidente Lula não é alvo da operação, não é investigado na operação.”
Andrei Rodrigues, Diretor-Geral da Polícia Federal

Segundo a Polícia Federal, portanto, o Sindnapi sequer foi alvo de qualquer busca e apreensão na Operação Sem Desconto. As movimentações da entidade que levantaram dúvidas da PF são do ano de 2020 a 2021, quando o governo Jair Bolsonaro, por meio de portaria, facilitou a ampliação de descontos nas aposentadorias e o Sindnapi teve um boom e arrecadação. A entidade é citada no relatório da PF, mas não investigada. O irmão de Lula, que é diretor, nem mesmo chaga a ter seu nome citado.

Veja análise e apuração do portal Uol:

Assista à declaração do chefe da Polícia Federal:

Em outra entrevista, concedida ao programa Fórum Onze e Meia, o presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, também negou qualquer envolvimento da entidade nas investigações. Segundo ele, em nenhuma das 80 sedes do sindicato pelo país houve ações da Polícia Federal. “Não foi apreendido qualquer tipo de material nosso. Então, não podemos dizer que fomos alvo de uma operação da Polícia Federal”, afirmou.

Cavalo destacou ainda a importância de, neste momento, diferenciar sindicatos que atuam de forma correta daqueles que se envolvem em práticas fraudulentas. “Nós temos que aproveitar o momento, inclusive, para realmente ver quem é aquele que realmente tem estrutura, que faz um trabalho, que tem uma história em prol dos aposentados”, concluiu.