Com a morte do Papa Francisco anunciada nesta segunda-feira (21), inicia-se o período de “sede vacante”, o intervalo que antecede a escolha de um novo líder da Igreja Católica. Conforme as regras do Vaticano, o conclave para a eleição do próximo pontífice deverá ocorrer em até 20 dias após o falecimento. Ao todo, 138 cardeais estão aptos a votar, sendo sete deles brasileiros.

O Vaticano já divulgou oficialmente a lista com os nomes que compõem o Colégio Cardinalício e estão aptos para votar. Apesar do Brasil possuir atualmente oito cardeais vivos, somente sete deles têm idade inferior a 80 anos e, portanto, poderão participar da votação realizada na histórica Capela Sistina, em Roma.

Brasileiros aptos a votar no Conclave

Sérgio da Rocha, doutor em Teologia Moral, é considerado um líder influente e respeitado. Presidiu a CNBB e foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2016.
Jaime Spengler foi recentemente criado cardeal em dezembro de 2024, destacando-se por sua atuação marcante à frente da CNBB. Spengler é reconhecido pelo diálogo constante da Igreja com a sociedade brasileira.
Odilo Scherer é uma das figuras mais experientes do grupo, tendo participado do conclave que elegeu Francisco em 2013, ocasião em que foi apontado como possível sucessor de Bento XVI. Arcebispo de São Paulo, tem ampla atuação em questões sociais e teológicas.
Orani Tempesta, arcebispo do Rio, organizou a Jornada Mundial da Juventude no Brasil em 2013 e tem sólida trajetória na educação católica. Nomeado cardeal em 2014, mantém presença ativa nas discussões da Igreja.
Paulo Cezar Costa, o mais jovem cardeal brasileiro com direito a voto, doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, despontou rapidamente dentro da hierarquia católica e possui experiência na organização de grandes eventos religiosos como a Jornada Mundial da Juventude.
João Braz de Aviz, com longa trajetória no Vaticano, já foi prefeito do Dicastério para a Vida Consagrada e participou do conclave anterior, que elegeu Francisco. Sua experiência e sabedoria são destacadas entre os cardeais brasileiros.
Leonardo Steiner, primeiro cardeal da Amazônia, é conhecido pelo seu compromisso com causas ambientais e sociais. Criado cardeal em 2022, Steiner reforça a presença amazônica nas decisões centrais da Igreja.

O único cardeal brasileiro impedido de participar do conclave é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, que já ultrapassou o limite de 80 anos determinado pela Igreja para a participação ativa na votação. Mesmo assim, Damasceno permanece integrando o Colégio Cardinalício, que se reúne até a eleição do novo Papa para tratar de questões urgentes relacionadas à Igreja.

Próximos passos

Nos próximos dias, o camerlengo — autoridade encarregada de administrar o Vaticano durante o período de sede vacante — dará início aos preparativos para o funeral do Papa Francisco e convocará oficialmente o conclave. A eleição ocorrerá na Capela Sistina, em Roma, com todos os cardeais votantes isolados até a escolha do novo Papa.

Até lá, o mundo acompanha com expectativa a definição sobre quem assumirá o comando da Igreja Católica e dará continuidade ao legado deixado pelo Papa Francisco, especialmente em um momento tão delicado de conflitos e desafios globais.