A empresa Libra Ligas do Brasil S/A, instalada em Banabuiú, no interior do Ceará, desde 27 de maio de 1986, atua no setor de metalurgia com a produção de ferroligas, como ferro silício e inoculantes, além da extração de minério de manganês e quartzo. A unidade atende ao mercado nacional e internacional, conta com certificação ISO 9001:2015 e emprega entre 500 e 1.000 trabalhadores, segundo dados públicos disponíveis.
Apesar da relevância econômica, a atuação da empresa tem gerado constantes reclamações por parte da população local. Moradores do município, especialmente do bairro Alto Alegre, denunciam a emissão frequente de gases e partículas de pó de carvão oriundos da planta industrial. Os relatos apontam que a poluição afeta a qualidade do ar e representa risco à saúde de quem vive nas proximidades.
Um dos moradores da área, Josué Bastos, afirma conviver com o problema há mais de duas décadas. Ele relata que, mesmo após autuações aplicadas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a situação permanece a mesma. “A Semace já visitou o local, já multou e nada resolveu. A Libra prefere pagar multa do que se adequar e promover saúde para as pessoas próximas. Isso vem acontecendo 24 horas por dia, todos os dias”, disse.
Josué afirma que o impacto atinge com mais força famílias em situação de vulnerabilidade. “A área mais afetada é o bairro Alto Alegre, que fica a 300 metros da fábrica, onde vivem pessoas de baixa renda. Isso nas mãos do meu filho de 2 anos é o pó que vem de lá. Se não tivéssemos casa forrada e ar-condicionado, provavelmente estaríamos com problemas de saúde.”
A exposição contínua a partículas em suspensão e gases industriais pode desencadear ou agravar problemas respiratórios, cardiovasculares e inflamatórios, segundo especialistas. Crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes estão entre os mais vulneráveis. Em níveis elevados e prolongados, a poluição atmosférica pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas e redução da expectativa de vida.
O Diário de Quixadá não conseguiu contato com a Libra Ligas do Brasil S/A. A Semace foi contatada para obter um posicionamento sobre os relatos e as medidas que estão sendo adotadas para mitigar os impactos. Até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto para manifestação da empresa e das autoridades competentes.
