A ex-deputada federal Maria Gorete Pereira (PL) está entre os alvos de investigação da Polícia Federal no escândalo que ficou conhecido como a “farra do INSS”. A apuração faz parte da Operação Sem Desconto, deflagrada no último dia 23 de abril em 13 estados, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa acusada de fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo decisão da 11ª Vara da Justiça Federal do Ceará, que autorizou buscas e apreensões, além de quebras de sigilo bancário, a fraude teria movimentado – só no Estado – ao menos R$ 1,3 bilhão com o desconto indevido de mensalidades associativas diretamente nos benefícios do INSS, sem o conhecimento ou consentimento dos beneficiários. A Justiça classificou os valores movimentados como “astronômicos”.
No Ceará, foram realizadas apreensões de veículos de luxo, como uma Ferrari e um Rolls-Royce, além de joias, dinheiro em espécie e pares de sapatos avaliados em até R$ 40 mil cada.
A ex-deputada Gorete Pereira, que também é fisioterapeuta, aparece como investigada por ter recebido procuração da Associação AAPEN, que lhe conferia amplos poderes para firmar Acordos de Cooperação Técnica com o INSS. Segundo a investigação, entre 2018 e 2023, Gorete teria movimentado quase centenas de milhares de reais em transações consideradas suspeitas.
A operação é conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU). Três das 11 associações investigadas possuem sede em Fortaleza, duas no bairro Aldeota e uma no Centro, e firmaram acordos com o INSS entre os anos de 2021 e 2023.