Criança baleada enquanto tentava comer farinha na Faixa de Gaza. (Foto: Reuters)

GENOCÍDIO EM GAZA | Pelo menos 60 palestinos foram mortos e cerca de 200 ficaram feridos nesta quarta-feira (18), em um novo massacre ocorrido na Faixa de Gaza. Segundo informações da agência France-Presse, drones e tanques israelenses dispararam contra civis que tentavam pegar farinha distribuída por caminhões da organização não governamental World Central Kitchen, em uma estrada a leste da cidade de Khan Yunis, no sul do território palestino.

O ataque foi confirmado por Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil local. “Drones israelenses dispararam contra a multidão. Minutos depois, tanques israelenses lançaram vários projéteis contra as pessoas reunidas na estrada”, afirmou Basal à imprensa internacional.

Crianças se desesperam em fila por comida em Gaza. (Foto: Reuters)

As Forças de Defesa de Israel (IDF) reconheceram que seus soldados efetuaram disparos e disseram que o caso está sob investigação. “Hoje mais cedo, uma aglomeração foi identificada próxima a um caminhão de distribuição de ajuda na área de Khan Yunis, e nas proximidades das tropas das IDF que operam na área. As IDF estão cientes de relatos sobre vários feridos por disparos após a aproximação da multidão”, informou o Exército israelense, em nota oficial. A corporação declarou ainda que “lamenta qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos” e que suas forças “trabalham para minimizar os danos o máximo possível, enquanto mantêm a segurança de nossas tropas”.

Desde o dia 27 de maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza iniciou uma nova campanha de distribuição de ajuda emergencial, ações militares contra civis em busca de alimentos se tornaram quase diárias, conforme denuncia o Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Ocupados.

A fome tem sido usada como arma de guerra por Israel, embora o direito internacional condene essa prática, denunciam agências pelo mundo. (Foto: Reuters)

“Estamos verificando os números exatos e as circunstâncias das mortes ocorridas hoje. O que podemos afirmar é que, desde o fim de maio, temos visto assassinatos sistemáticos de palestinos — muitos dos quais civis que tentavam apenas buscar alimentos ou ajuda humanitária —, principalmente por disparos das IDF”, afirmou Anjit Sunghay, chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU na região, em entrevista ao jornal Correio.

As imagens que circulam nas redes sociais e em veículos internacionais mostram cenas dramáticas: dezenas de corpos ensanguentados nas estradas e sobreviventes tentando socorrer feridos com poucos recursos. Khan Yunis, uma das cidades mais atingidas desde o início da ofensiva israelense, já convive com situação de colapso humanitário, segundo organizações internacionais. O massacre já é considerado maior do que qualquer outro desde a Segunda Guerra Mundial.