A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nesta semana que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai priorizar o debate sobre a extinção da escala de trabalho 6×1 no Congresso Nacional. A proposta integra um conjunto de iniciativas voltadas à redução da jornada de trabalho dos brasileiros.

Em pronunciamento oficial realizado na quarta-feira (30), o presidente Lula declarou que “está na hora do Brasil dar esse passo”, em referência à revisão do modelo tradicional de seis dias trabalhados para um de descanso. Segundo ele, é necessário abrir espaço para a discussão sobre a qualidade de vida dos trabalhadores.

Debate: Fim da Escala 6×1
Trabalhadores

O DEBATE SOBRE A ESCALA 6×1

Uma análise dos argumentos a favor e contra o fim da escala de trabalho de seis dias

A FAVOR

Argumentos pela mudança

CONTRA

Argumentos pela manutenção

✅ A FAVOR DO FIM DA ESCALA 6×1

1. Saúde e bem-estar do trabalhador

Trabalhar seis dias seguidos compromete o descanso físico e mental. Reduzir a jornada pode diminuir casos de estresse, ansiedade e burnout.

2. Melhor qualidade de vida e produtividade

Menos dias de trabalho aumentam a satisfação pessoal e podem melhorar a produtividade no tempo disponível.

3. Estímulo à criação de empregos

Com menos horas por trabalhador, mais profissionais podem ser contratados para manter a operação das empresas.

4. Acompanhamento de tendências globais

Países como o Chile e a Islândia vêm reduzindo jornadas com bons resultados. O Brasil se alinharia a uma tendência internacional.

❌ CONTRA O FIM DA ESCALA 6×1

1. Aumento de custos operacionais

Empresários alegam que terão que contratar mais pessoas ou pagar mais horas extras, o que pode ser inviável, sobretudo para pequenas empresas.

2. Risco à sustentabilidade dos negócios

Setores que funcionam todos os dias (como comércio e serviços) teriam dificuldades para manter o atendimento contínuo.

3. Queda de produtividade geral

Críticos afirmam que menos dias trabalhados podem significar menos produção e desempenho econômico.

4. Impacto negativo em negociações trabalhistas

Alguns especialistas defendem que mudanças desse tipo devem ser feitas por negociação coletiva, respeitando a realidade de cada setor.

O DEBATE CONTINUA

A discussão sobre o fim da escala 6×1 envolve múltiplos fatores:

Econômicos

Impactos nos custos e na produtividade

Sociais

Qualidade de vida e bem-estar

Legais

Regulamentação e direitos trabalhistas

O equilíbrio entre os interesses dos trabalhadores e empregadores permanece como o grande desafio para uma possível reforma trabalhista.

A ministra Gleisi reforçou que a proposta será enviada às comissões do Congresso para ampliação do debate público, com participação da sociedade e de setores diretamente afetados.

“A redução da jornada dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil será uma de nossas prioridades junto ao Congresso Nacional. O debate sobre o fim da escala 6x1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto às comissões pertinentes”, afirmou.

Ainda de acordo com a ministra, o governo aposta no diálogo como caminho para construir um novo pacto trabalhista.

“Queremos ouvir a todos(as)! Com diálogo e decisão política, é possível avançar sim. Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores(as) é o que precisamos promover”, declarou.

A proposta ganhou visibilidade após ser defendida por centrais sindicais durante as manifestações do Dia do Trabalhador, no último 1º de maio. A medida já está formalizada na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), protocolada no início do ano na Câmara dos Deputados.

Se aprovada, a PEC poderá alterar a Constituição Federal para garantir legalmente uma nova jornada de trabalho, substituindo o atual modelo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que permite seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso.