A China se tornou oficialmente a líder mundial em capacidade instalada de energia nuclear, superando pela primeira vez os Estados Unidos. A informação foi divulgada neste domingo (27) pela Administração de Energia Nuclear da China (CNEA), segundo a agência de notícias Associated Press, em matéria reportada pela Sputnik.

De acordo com o relatório da CNEA, a China possui atualmente 102 usinas nucleares entre operacionais, em construção ou já aprovadas, somando uma capacidade instalada total de 113 milhões de quilowatts. O país asiático mantém 58 usinas em operação comercial, com uma capacidade conjunta de 60,96 milhões de quilowatts. Outras 28 unidades estão em fase de construção, devendo acrescentar 33,65 milhões de quilowatts ao sistema energético.

Energia Nuclear
Energia nuclear, sua importância para os países
Dominar a tecnologia nuclear é considerado estratégico para os países por diversas razões. Além de fornecer uma fonte eficiente e de baixo carbono para geração de energia, as usinas nucleares garantem maior segurança energética e independência em relação a combustíveis fósseis importados.

A presença de tecnologia nuclear também impulsiona avanços em áreas como medicina, indústria e pesquisa científica. Para muitos governos, investir em energia nuclear é uma maneira de fortalecer sua soberania, aumentar sua capacidade de resposta a emergências e posicionar-se com mais relevância no cenário internacional. Além disso, o domínio da tecnologia nuclear é visto como símbolo de capacidade tecnológica e inovação de um país. Não é por acaso, portanto, que a China invista tanto para liderar a produção de energia nuclear no mundo.

A China ocupa há 18 anos consecutivos a primeira posição mundial em capacidade de usinas nucleares em construção, segundo o mesmo relatório. Em 2024, a produção total de energia das usinas nucleares chinesas atingiu 444,7 milhões de quilowatts-hora, representando 4,72% da geração energética nacional.

O avanço no setor nuclear reflete a estratégia do governo chinês de diversificação da matriz energética, com o objetivo de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e atingir suas metas de redução de emissões. A nova posição também ocorre em meio à intensificação da disputa tecnológica e energética com os Estados Unidos, que, sob o segundo mandato do presidente Donald Trump, anunciaram novos esforços para impulsionar sua produção energética.

Especialistas apontam que a liderança chinesa no setor nuclear reforça o papel do país como protagonista global na adoção de fontes de energia consideradas mais limpas e sustentáveis.