- Israel avalia ataque às instalações nucleares do Irã mesmo sem apoio dos EUA.
- Governo de Netanyahu apresentou planos militares a Washington.
- Trump defende solução diplomática, mas não descarta ofensiva.
- Irã promete resposta dura e acusa Israel de sabotar negociações.
- Novas negociações entre EUA e Irã estão previstas para Roma.
O governo de Israel ainda considera a possibilidade de um ataque pontual às instalações nucleares do Irã, mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicar que Washington não está disposto a apoiar uma ação militar neste momento. A informação foi divulgada pela agência Reuters e reforçada por fontes diplomáticas ouvidas pelo jornal The New York Times.
Segundo a reportagem, autoridades israelenses mantêm firme a posição de que o Irã não pode adquirir uma arma nuclear e pressionam para que qualquer solução diplomática leve ao desmantelamento total do programa atômico iraniano. Internamente, o governo israelense apresentou diferentes planos de ataque aos norte-americanos, com propostas que vão desde bombardeios aéreos até operações de comando, com cronogramas estimados para o fim da primavera ou o início do verão do hemisfério norte.
A intenção de Israel, segundo fontes ligadas ao governo de Benjamin Netanyahu, é atrasar o avanço nuclear iraniano por meses ou poucos anos, mesmo com um ataque limitado. No entanto, esse tipo de ação poderia colocar em risco a relação com os Estados Unidos, especialmente se for executada de forma unilateral, sem o apoio logístico e diplomático de Washington.
Durante um encontro recente entre Trump e Netanyahu na Casa Branca, o presidente norte-americano teria reiterado que sua prioridade é a retomada do diálogo com Teerã, ainda que não descarte completamente uma ação militar caso as negociações falhem. “Acho que o Irã tem a chance de ter um grande país e viver feliz sem morte”, declarou Trump a jornalistas. “Essa é a minha primeira opção. Se houver uma segunda opção, acho que seria muito ruim para o Irã, e acho que o Irã está querendo dialogar.”
Irã promete retaliação
O governo iraniano, por sua vez, respondeu com firmeza à possibilidade de um ataque israelense. Um alto funcionário de segurança do país, sob anonimato, afirmou à Reuters que qualquer ofensiva provocaria uma reação “dura e inabalável” por parte de Teerã.
Segundo ele, o plano israelense pode estar motivado tanto por questões estratégicas quanto por interesses políticos internos de Netanyahu, que estaria tentando enfraquecer os esforços diplomáticos e usar o conflito como ferramenta de consolidação política.
“Temos informações de fontes confiáveis de que Israel está planejando um grande ataque. Isso decorre da insatisfação com os esforços diplomáticos e da necessidade de Netanyahu de conflito como meio de sobrevivência política”, disse o oficial.
As tensões acontecem às vésperas de uma nova rodada de negociações entre Estados Unidos e Irã, programada para ocorrer em Roma. O impasse em torno do programa nuclear iraniano continua sendo um dos principais pontos de instabilidade geopolítica no Oriente Médio, com potenciais repercussões em toda a região.