Um tema que gera surpresa — e até choque — entre brasileiros que viajam ou moram nos Estados Unidos é o custo de um serviço que aqui no Brasil é garantido de forma gratuita: o atendimento por ambulância. Por lá, o chamado de emergência pode resultar em uma conta de até US$ 2.500, o equivalente a mais de R$ 13 mil, dependendo da distância percorrida, da complexidade do atendimento e da empresa responsável pela ambulância.
Em muitos casos, mesmo uma curta viagem até o hospital pode render uma fatura de centenas ou milhares de dólares. E o pior: nem todos os planos de saúde norte-americanos cobrem integralmente esse tipo de transporte, deixando o paciente — ou a família — responsável pelo pagamento.
Brasil: atendimento de emergência gratuito e universal
No Brasil, a realidade é bem diferente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), criado na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003), segue disponível em boa parte do território nacional e é totalmente gratuito para o cidadão atendido. O modelo é operado com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido pelos impostos do conjunto da população.
Em casos como acidentes, infartos, crises respiratórias, quedas graves e outras emergências, qualquer pessoa pode acionar o SAMU pelo telefone 192, sem pagar nada — nem pelo atendimento médico, nem pelo deslocamento em ambulância. Além do SAMU, muitas prefeituras mantêm serviços de remoção de pacientes em ambulâncias municipais, também gratuitos.
Dois modelos, duas prioridades
A diferença entre os dois sistemas de saúde evidencia prioridades distintas. Nos Estados Unidos, o sistema é majoritariamente privado, operado por empresas e baseado em seguros — o que significa que, mesmo em situações de urgência, o cidadão corre o risco de receber uma conta salgada após ser atendido.
Já no Brasil, o SUS — apesar de enfrentar limitações estruturais — garante acesso universal e gratuito à saúde, independentemente de classe social ou condição econômica. Isso inclui, por exemplo, atendimento pré-hospitalar 24 horas, como o realizado pelas equipes do SAMU.
Essa comparação mostra como o acesso a serviços básicos e emergenciais pode variar de forma drástica entre países ricos e em desenvolvimento. E reforça a importância de valorizar e fortalecer o SUS como uma conquista social fundamental do povo brasileiro.