O pastor evangélico Rogério Wellington Gomes de Oliveira, mais conhecido como Rogério Zayit, está no centro de uma nova polêmica que causou indignação em todo o país. Durante uma gravação publicada nas redes sociais, o religioso fez declarações consideradas capacitistas e discriminatórias, ao associar o autismo a um “mal geracional” e a entidades de religiões de matriz africana.
O caso aconteceu em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde Zayit lidera a igreja Ministério Apostólico Intimidade e Poder. Ele possui cerca de 25 mil seguidores nas redes sociais.
As declarações provocaram revolta de famílias de pessoas autistas, ativistas, profissionais de saúde e entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
O que ele disse
Durante a gravação, o pastor afirmou:
“A entidade que rege o autismo está ligada a Ares, Ogum, São Jorge, o deus da guerra. Por isso, o autismo é frenético e, às vezes, violento.”
Ele ainda completou dizendo:
“Toda pessoa que tem um autista em sua casa está ligada a um mal geracional.”
As falas foram consideradas extremamente ofensivas e preconceituosas, além de propagarem desinformação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição de origem neurobiológica, reconhecida e estudada pela ciência.
Denúncia e repercussão
Grupos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência denunciaram o pastor ao Ministério Público. As entidades também cobram providências legais, argumentando que o discurso do religioso estimula o preconceito, promove a intolerância religiosa e desrespeita pessoas autistas e suas famílias.
A denúncia também cita que as falas de Rogério Zayit ferem a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que garantem proteção contra todo tipo de discriminação.
Até o momento, o pastor não se pronunciou publicamente sobre o caso.
O Ministério Público de São Paulo deverá analisar o caso e decidir se abrirá investigação formal contra o líder religioso.