O Partido dos Trabalhadores (PT) de Quixadá vive um dos momentos mais delicados e simbólicos de sua história recente. A vereadora Mônica Borges (PT) foi declarada, nesta semana, pelo deputado estadual Guilherme Sampaio (PT) como a principal liderança do chamado “campo popular” da sigla no município. Ela teria recebido sinal verde do Ministro Camilo Santana e da Senadora Augusta Britto, ambos petistas, para tentar o controle do partido na Terra dos Monólitos.

O anúncio marca uma reconfiguração importante no cenário interno do partido, tradicionalmente controlado pela família Marques, liderada pelo ex-prefeito Ilário Marques (PT). O movimento de Mônica Borges abre caminho para que ela dispute, nas eleições internas do PT, a presidência do diretório municipal.

Uma disputa de grupos

Enquanto Mônica Borges representa o “campo popular”, o professor Victor Marques (PT), filho de Ilário Marques, é o mais cotado para ser o candidato à presidência do partido pelo “campo democrático”, grupo que dá sustentação à liderança histórica da família Marques em Quixadá.

A disputa deixa claro o racha entre duas visões e dois projetos dentro do PT quixadaense: de um lado, o grupo que busca dar continuidade à hegemonia da direção da família Marques; de outro, um novo movimento que tenta romper com esse domínio e renovar a direção da sigla.

Declaração de Mônica Borges

Em entrevista e publicações nas redes sociais, Mônica Borges defendeu que o “campo popular” chega a Quixadá com a missão de fortalecer o PT a partir de suas origens e bandeiras históricas.

“O campo popular chega [a Quixadá] para reestruturar e fortalecer um partido que reza pela igualdade social, pela luta incansável para ver o povo brasileiro com mais qualidade de vida”, afirmou.

O anúncio recebeu apoio de vários militantes petistas nas redes sociais, especialmente de filiados que defendem renovação na condução do partido em Quixadá.

Disputa difícil

Apesar do movimento crescente, analistas e observadores da política local consideram o desafio de Mônica Borges bastante difícil. A família Marques mantém forte influência partidária, com histórico de liderança que já dura décadas.

As eleições internas do PT, conhecidas como Processo de Eleições Diretas (PED), devem definir os rumos do partido em Quixadá nos próximos meses. Até lá, o cenário deve ser de intensa movimentação política e disputa por apoio dentro do partido.