Depiladoras da cidade de Quixadá, no interior do Ceará, denunciaram um estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC) por importunar sexualmente as profissionais durante atendimentos e por meio de mensagens no WhatsApp. Segundo apuração feita pelo g1, quatro mulheres relataram episódios envolvendo o mesmo homem, sendo que uma delas já formalizou a denúncia por meio de um boletim de ocorrência.
Três das vítimas afirmam que foram importunadas pelo suspeito enquanto realizavam o atendimento profissional. A quarta denunciou que recebeu fotos das partes íntimas dele via WhatsApp, além de mensagens de teor obsceno.
A Polícia Civil do Ceará informou que investiga um caso de importunação sexual ocorrida em ambiente virtual na segunda-feira (10). A vítima que recebeu imagens do suspeito nu registrou um boletim de ocorrência, que está sendo apurado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá. Até o momento, não há registros formais sobre os outros casos relatados pelas demais profissionais.
Numa das mensagens de WhatsApp obtidas pela polícia, o suspeito diz à depiladora:
“Eu ainda tive que trocar a cueca quando cheguei, porque ficou babando e melou”.

Em depoimento, a vítima relatou que pediu para o cliente ir de sunga, porque a peça facilita o trabalho e gera menos desconforto. Porém, o homem foi com uma cueca bem frouxa. Ainda segundo a profissional, durante o procedimento, ele ficou falando sobre a ereção que estava tendo.
A mulher afirmou também que, após virar para pegar a cera, o importunador estava ficou com o pênis pra fora. “Fiquei sem chão, eu não sabia o que fazer”, disse a depiladora.
Uma outra mulher também disse que foi importunada sexualmente pelo universitário. Durante a depilação, ele teria perguntado se era normal ter ereção. Como ela não respondeu, ele teria parado de conversar.
Ainda de acordo com as informações colhidas pelo g1, o suspeito teria se identificado às vítimas como José Airton, 21 anos, estudante universitário de um curso de design digital.
A equipe de reportagem do g1 entrou em contato com José Airton, que se manifestou por meio de nota. Ele declarou que sempre teve um “comportamento pautado pelo respeito e pela dignidade das pessoas ao meu redor” e afirmou não ter agido de maneira consciente ou intencional para causar desconforto ou sofrimento a qualquer indivíduo.
“Entendo a seriedade das acusações e o impacto que um caso como esse pode gerar tanto para a vítima quanto para a sociedade como um todo. Reforço que estou colaborando com as investigações para que a verdade dos fatos seja completamente esclarecida. Confio plenamente no sistema de justiça e estou à disposição para que todos os desdobramentos sejam tratados de forma justa e transparente“, declarou.
A Delegacia de Defesa da Mulher segue investigando o caso e orienta possíveis vítimas a procurarem a unidade para formalizar denúncias.