O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser transferido de helicóptero para Natal após passar mal durante agenda no interior do Rio Grande do Norte nesta sexta-feira (11). Ele estava a caminho do município de Acari quando apresentou fortes dores abdominais e foi socorrido para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz.

De acordo com o diretor da unidade, Cássio Rodrigues, Bolsonaro relatava dores intensas na região do abdômen, o que motivou a transferência aérea para o Hospital Rio Grande, na capital potiguar, onde uma equipe médica especializada já o aguarda para avaliação e eventual tratamento.

A remoção será feita a partir de um campo de futebol em Santa Cruz. O helicóptero Potiguar 02, operado pela Secretaria de Segurança Pública do RN (Sesed), foi mobilizado com urgência para viabilizar o transporte do ex-presidente até Natal.

Governadora determina mobilização total para atendimento

Apesar de ser adversária política do ex-presidente, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), determinou “total empenho” das equipes estaduais de Saúde (Sesap) e Segurança Pública (Sesed) para garantir o pronto atendimento médico. Em nota, o governo do Estado informou que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para assegurar a assistência necessária.

“A orientação da governadora foi clara: garantir o atendimento médico com agilidade e segurança, como deve ser feito com qualquer cidadão em situação de emergência”, destacou a nota oficial.

Bolsonaro cumpria agenda política

O mal-estar aconteceu poucas horas após Bolsonaro discursar em Bom Jesus, cidade da mesma região. Durante sua fala, ele criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que não há, segundo ele, “uma só medida positiva” da atual gestão.

“Duvido que um só prefeito do Nordeste tenha deixado de receber recursos federais em dia durante nosso governo. Nenhum deles atrasou folha de pagamento. Acabamos com saldo em caixa e tudo para dar certo, mas nada está perdido”, declarou Bolsonaro. Sua fala, porém, não condiz com a realidade. Durante seu mandato, ficou fortalecida a política do orçamento secreto, no qual deputados distribuíam recursos públicos sem fiscalização.

O ex-presidente ainda incentivou o público a fazer comparações entre os ministros de seu governo e os atuais integrantes da administração federal. “Dá para comparar Paulo Guedes com Fernando Haddad? Dá para comparar Janja com Michelle?”, questionou, arrancando aplausos da plateia.

Ao encerrar o discurso, afirmou: “Se Deus quiser, vamos voltar e fazer esse país decolar. Acredito em vocês, acredito no Brasil e acredito no nosso bom Deus”.

Quadro de saúde será reavaliado

A assessoria de imprensa do ex-presidente ainda não divulgou nota oficial sobre seu estado de saúde. Até o momento, não há informações sobre a necessidade de internação ou sobre a realização de exames complementares. Novas atualizações são esperadas ao longo do dia.

(Foto: José Aldenir / Agora RN)