A Índia lançou, na manhã desta quarta-feira (7), uma ofensiva militar contra alvos no Paquistão e na região da Caxemira administrada por Islamabad. A operação, classificada como “focada e comedida” pelo governo indiano, teve como alvo nove locais supostamente ligados a grupos militantes. Segundo o Ministério da Defesa da Índia, os ataques foram uma resposta ao atentado terrorista em Pahalgam, no mês passado, que resultou na morte de 26 civis – a maioria turistas indianos – e um cidadão nepalês.
O governo indiano afirmou que os mísseis atingiram infraestrutura terrorista e que nenhuma instalação militar paquistanesa foi alvo. Em nota oficial, o ministério declarou:
“A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução”.
Resposta e acusações cruzadas
O Paquistão negou a versão indiana, afirmando que os ataques atingiram civis, matando pelo menos três pessoas, incluindo uma criança, e ferindo ao menos uma dúzia. O porta-voz das Forças Armadas paquistanesas, Ahmed Sharif Chaudhry, classificou a ação como uma “provocação hedionda” e prometeu resposta:
“O Paquistão responderá no momento e local que escolher”.
Cinco cidades foram atingidas, segundo fontes militares paquistanesas: Kotli, Muzaffarabad e Bagh (na Caxemira administrada pelo Paquistão), além de Ahmadpur East e Muridke, na província de Punjab.
Histórico de tensão na Caxemira
A Caxemira, dividida entre Índia e Paquistão desde a independência dos dois países, em 1947, é um dos pontos de conflito mais perigosos do mundo. Os dois países, ambos com arsenal nuclear, já travaram três guerras pelo controle da região e frequentemente trocam acusações de abrigar grupos extremistas em seus territórios.
A recente ofensiva indiana representa a mais grave escalada militar desde 2019, quando a Índia realizou ataques aéreos dentro do território paquistanês após um atentado contra suas forças de segurança. O primeiro-ministro Narendra Modi tem sido pressionado internamente por uma resposta firme desde o massacre em Pahalgam.
Repercussão internacional e risco de conflito ampliado
Potências globais, incluindo os Estados Unidos, apelaram por moderação diante da escalada, temendo um conflito mais amplo entre os dois vizinhos com capacidade nuclear. Nos últimos dias, Índia e Paquistão trocaram tiros esporádicos na Linha de Controle (LOC), restringiram voos entre os países e suspenderam tratados e acordos bilaterais.
O Paquistão chegou a expulsar diplomatas indianos e classificou como “ato de guerra” qualquer tentativa de Nova Déli de interromper o compartilhamento de águas previsto em tratado vigente desde 1960. A tensão na região continua em alta, e a comunidade internacional observa com apreensão os próximos movimentos de ambos os lados.