Apesar do saldo geral levemente positivo no mercado de trabalho formal em Quixadá, o setor do comércio apresentou desempenho negativo no primeiro trimestre de 2025. Segundo os dados mais recentes do Novo CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o segmento fechou o período com um saldo negativo de 70 postos de trabalho com carteira assinada.
Ao todo, o setor registrou 221 admissões contra 291 desligamentos no período. A diferença representa uma variação relativa de -2,86% no número de empregos formais, sendo o único entre os cinco grandes grupamentos econômicos analisados a apresentar retração no número de vagas.
Veja a análise do Caged para o comércio de Quixadá. Use as setas para passas para o lado.
Contexto local e impacto no setor
O comércio de Quixadá, historicamente um dos maiores empregadores da cidade, vem enfrentando desafios relacionados à desaceleração do consumo, à informalidade e às mudanças no comportamento de compra da população. Empresários locais relatam dificuldades com custos operacionais, estoques elevados e redução nas vendas presenciais.
Além disso, o período analisado coincidiu com a tradicional sazonalidade pós-festas de fim de ano, quando há maior número de desligamentos em decorrência da não renovação de contratos temporários. Ainda assim, o número de demissões superou o esperado e preocupa representantes do setor.
Município registrou quase
no setor de comércio no primeiro trimestre.
Comparativo com outros setores
Enquanto o comércio recuou, outros setores da economia de Quixadá tiveram desempenho positivo no mesmo período. A construção civil liderou a geração de empregos com saldo de 106 novas vagas, seguida pelos serviços, com 86, e pela agropecuária, com 18 vagas positivas. O setor industrial apresentou estabilidade, com saldo de 5 postos criados.
O saldo total da cidade foi de 145 novos empregos formais no trimestre, com 797 admissões e 652 desligamentos, resultando em uma variação positiva de 1,87% no estoque de trabalhadores com carteira assinada.
Perspectivas
Especialistas apontam que, em geral, a recuperação do comércio de cidades como Quixadá depende de estímulos ao consumo, acesso a crédito para micro e pequenas empresas e qualificação da mão de obra.
A prefeitura, por exemplo, pode atuar em campanhas de incentivo ao consumo local, viabilizar capacitação profissional, estudar formas de apoiar o pequeno empreendedor, além de atuar para desburocratização de procedimentos, medidas que fortalecem a base do varejo e ajudam a preservar empregos.
Apesar da queda no número de empregos, a expectativa é de que datas como o Dia das Mães e o São João possam impulsionar contratações temporárias e ajudar na retomada do setor.