A Polícia Federal está investigando uma organização criminosa suspeita de desviar cerca de R$ 2 bilhões entre 2020 e 2025, utilizando o aplicativo Caixa Tem, ferramenta digital da Caixa Econômica Federal para pagamentos de benefícios sociais.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso obtinha acesso aos dados pessoais de beneficiários, principalmente de programas sociais, FGTS e seguro-desemprego, mediante o pagamento de propina a funcionários da Caixa e de lotéricas. Com as informações, acessavam as contas no aplicativo e realizavam saques e transferências indevidas, se passando pelos titulares.
Desde o lançamento do Caixa Tem em abril de 2020, foram registrados cerca de 749 mil processos de contestação por beneficiários. A Caixa afirma que aproximadamente R$ 2 bilhões já foram ressarcidos às vítimas.
A operação mais recente da Polícia Federal, realizada em abril de 2025, cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em sete municípios do estado do Rio de Janeiro, com a apreensão de celulares, notebooks, veículos e documentos. Dezesseis investigados foram submetidos a medidas cautelares. Os suspeitos podem responder por crimes de organização criminosa, furto qualificado, corrupção ativa e passiva, e inserção de dados falsos em sistemas de informação, com penas que podem chegar a até 40 anos de prisão.
Em nota, a Caixa Econômica informou que atua em conjunto com os órgãos de segurança e aprimora constantemente seus sistemas de monitoramento e proteção contra fraudes. O banco destacou que orientações de segurança para os usuários estão disponíveis em seu site oficial.